Depois de em 2019 ter lançado um dos discos do ano, ~ (til), onde podemos encontrar canções como “Window Pain”, “Freckles”, “Ghost Notes” ou “I Give Up and It’s Ok”, Marinho volta à estrada para mais alguns concertos com um álbum que ao vivo se transcende para outro patamar.
É essencialmente de sentimentos que falamos nele. E todos eles são transparentes, honestos, simples mas complicados ao mesmo tempo, tal como a vida. É um espelho do talento da Marinho, uma das melhores cantautoras da nova geração da música portuguesa.
Aproveitamos a vinda da Filipa (Marinho) para dois “Concertos ao Luar” incluídos no Festival Inventa, para ter uma conversa de peito aberto com ela. Falamos de música (claro), do quão desafiante têm sido estes últimos tempos, do talento dela para contar histórias, mas também da vida em geral.
Olá Filipa, como é que tens estado nestes últimos tempos?
Olha, tenho estado com muitos altos e baixos, que é como eu acho que todos nós temos estado. Momentos de maior paranoia e de maior medo, depois outros momentos já de maior esperança e alegria, mas apesar de tudo acho que sou sortuda porque sinto que tenho circunstâncias em que consigo trabalhar, fazer coisas novas, oportunidades boas… Portanto estou muito entusiasmada com tudo o que está a acontecer e tudo o que eu estou a planear para os próximos meses e para o próximo ano. Mas claro, tenho assim dias em que estou muito farta com tudo isto.
É a tua primeira vez aqui na zona de Basto e do Tâmega, o que é que estás a achar?
Estou a achar incrível! Cada vez que venho mais a norte, e neste caso eu nunca tinha vindo aqui para esta zona, sinto-me sempre super bem e em casa. Adoro a paisagem, o verde super intenso, coisa que quanto mais a sul mais raro é de encontrar, e a malta aqui sabe receber mesmo muito bem.
Qual é para ti a importância de eventos como o Inventa que para além de descentralizar a cultura também dá a conhecer zonas mais “escondidas” e não tão óbvias para a maior parte das pessoas?
Olha, estava ainda hoje a comentar isso durante a viagem para cá. Para nós músicos isto é incrível, é a melhor forma de conhecer o país. Eu duvido muito, ou pelo menos seria muito improvável que eu pudesse conhecer sítios como este se não viesse dar um ou ver um concerto, como é o caso do publico que aqui vem hoje. Acho muito importante, e se não houvesse programas como o Inventa, e apoios para este tipo de iniciativas, não havia um circuito para artistas como eu, o Luís Severo ou o Peixe, malta que está num circuito mais alternativo. Isto alimenta-nos a alma e claro, é o nosso trabalho.
Para quem não conhece Marinho, nem a tua música como é que te descreverias?
Não sei, como é que tu descreverias? Tem mais graça assim… (entre risos)
Como uma brisa fresca numa tarde de verão, ou aquele fim do dia com um belo por-do-sol…
Pronto, então podes por isso. Quando é o próprio artista a dizer fica meio esquisito, mas gosto dessa descrição.
Tu tens um talento nato para contar histórias, algo que é fácil de perceber no disco, de onde é que surge isso?
Hmm, não sei. Eu sempre tive este lado assim mais entertainer e de comunicadora. Não sei bem se é algo com que eu nasci, ou se algo que fui adquirindo dos artistas com os quais eu tinha mais afinidade quando comecei a crescer. Por exemplo, eu sou uma super fã da Joni Mitchell, e tanto ela, como o Bob Dylan e outros assim dessa geração, são muito contadores de histórias. Aliás, isso é a base da música folk americana que por sinal está muito nas minhas bases, seja naquilo que eu gosto de música, e de a ouvir, ou na forma como gosto de escrever. Por isso e respondendo mais diretamente à tua pergunta acho que é uma mistura da influência daquilo que eu logo desde pequena comecei a ouvir com estes cantores e cantautores e também algo em mim que gosta de contar histórias e de se ligar às pessoas.
A partir de que altura é que te começou a surgir essa necessidade de passares essas histórias, e sentimentos claro, para o papel e daí para canções?
Acho que logo quando aprendi a tocar mais do que quatro acordes na minha guitarra. Primeiro aprendi os acordes das “Dunas”, foi o meu irmão que me ensinou, e depois quando já sabia tocar mais alguma coisa comecei a criar um vocabulário para as minhas próprias canções. Depois durante a adolescência, com 14/15 anos foi quando eu comecei a perceber que era um veículo e uma espécie de diário só meu, onde eu conseguia por sentimentos. Em vez de escrever um diário, fazia canções. Mas só muito mais tarde é que comecei a mostrar a amigos e a fazer isso publicamente. No início era algo mesmo só para mim.
É importante para ti essa parte de contares histórias que te são familiares, ou sentimentos que tu própria sentes? Torna mais verdadeiro?
Sim, sem dúvida. Acho que cada pessoa tem a sua forma de criar. Há artistas que gostam de criar personagens que não são as suas, e há outros que gostam de falar sobre as suas experiências. Eu identifico-me muito mais com a verdade, e para mim as coisas para serem verdadeiras eu tenho que me identificar com elas de alguma forma. Eu agora posso estar a ter esta conversa contigo, e se isto me inspirar a fazer alguma canção sobre algo que me contaste da tua vida é porque eu me relaciono com isso de alguma maneira e tenho alguma emoção mais profunda em relação ao que tu passaste. Logo é a tua história, a tua experiência, mas vista pelos meus olhos e pelo que eu sinto em relação a ela. Para mim isso torna logo tudo muito mais verdadeiro, e acredito mesmo que quanto mais verdadeira é arte que nós fazemos mais as pessoas se identificam com ela.
Acho que eu e todas as pessoas que ouvem o teu disco ou a tua música sentem isso, e isso passa claramente. Isto porque li há uns tempos que o Salvador Sobral escreveu as canções para o disco novo de uma forma mais “mecânica”. Sentou-se à mesa com vários dicionários e foi procurando encaixar rimas e frases. Mas não sei é uma forma de se proteger…
Talvez seja, mas a verdade é que escrever uma canção pode mesmo ser bastante mecânico. Vou-te dar um exemplo, eu escrevi uma canção há um par de meses atrás basicamente porque era um trabalho de casa de um workshop de composição que eu estava a fazer com o Buck Meek, guitarrista dos Big Thief, uma das minhas bandas favoritas de sempre…
Que deram um concerto incrível no Hard Club na última passagem por cá…
Eu vi na mesma tour em Lisboa, foi lindo, maravilhoso. Aquela banda é incrível.
Mas como eu te estava a dizer, o Buck Meek que também tem trabalhos a solo, e que eu gosto muito, deu-nos como trabalho de casa pegar em revistas, livros, jornais antigos, coisas que pudéssemos cortar. Cortámos frases e palavras que nos saltaram à vista e depois cortamos isso e tentamos construir uma letra. Eu achei que era impossível criar algo à Marinho, assim mais sentimental, mas depois descobri que as palavras que me saltaram à vista foram aquelas com as quais eu me liguei mais emocionalmente e por causa disso acabei a fazer uma letra que tem tudo a ver comigo. Isto para dizer que acho perfeitamente possível que o Salvador tenha começado a compor de uma forma mais “mecânica” mas ainda assim com uma carga emocional grande tal como a música dele.
Eu, por exemplo na “Window Pain”, a minha canção favorita do disco já agora (risos), mesmo não tendo nenhuma história parecida sequer, eu quando a estou a ouvir consigo sentir nostalgia por aquele momento que não fui eu que vivi…
Ainda bem, é esse o objetivo, fico muito contente.
O teu disco foi um dos melhores discos de 2019 (esteve na nossa lista de favoritos), e parece que com o tempo cada vez soa melhor. Tu sentes isso, que o disco está a “envelhecer” bem? E como é que olhas para ele agora, quase dois anos depois?
Olha, para já obrigado, é mesmo bom ouvir isso. É difícil responder a essa pergunta. Houve aqui um ano, ou um ano e meio, já nem sei bem há quanto tempo estamos nisto, que existiu uma pandemia. E para mim, não é como se o tempo estivesse parado, mas ao mesmo tempo eu sinto que apesar de ter tido alguns concertos o disco não teve o ciclo de promoção que merecia. Eu estou muito orgulhosa do disco que fizemos, que eu compus e que gravei com a minha banda e acho que ele merecia ter chegado a mais gente. É isso que estou a fazer ainda. Eu não sinto que o disco esteja a “envelhecer” porque sinto que existiu aqui um espaço temporal em que o tempo não funciona da mesma maneira, assim meio à “Interstellar”. Sei que ainda tenho muito orgulho nele e que ainda estou com muita vontade de o tocar e mostrar a muita gente.
Estava-me a lembrar agora que por acaso, a Marta Ren disse exatamente isso há uns tempos, que havia a pressão de criarem sempre discos, consecutivamente. E ela disse que ia tocar disco enquanto se sentisse bem com ele. O disco dela deve ter para aí uns 5 anos e ela dizia que não queria saber de fazer cenas novas a correr, porque gostava mesmo de o tocar ao vivo e achava que ele não esgotava num ano ou em 6 meses, como às vezes há essa pressão. Eu penso o mesmo, às vezes há que dar tempo.
É, é isso. É mesmo isso.
E continuas a achar que às vezes o melhor é mesmo desistir de certas coisas ou aceitar que não vão acontecer?
É, é bom saber que podemos desistir quando estamos a falar de coisas que não nos fazem necessariamente bem. Eu não tenho vontade nenhuma de desistir da música, e não tenho vontade nenhuma de desistir de dar concertos e de escrever canções e de tudo isso. Mas, digo-te uma coisa, no dia em que escrever música e dar concertos já não fizer bem à minha saúde mental ou já não me der a mesma alegria, eu desisto. Não vejo isso a acontecer, acho muito difícil, nunca houve nada nesta vida que me desse tanta alegria como aquilo que eu faço agora mas acho que é importante sabermos largar o osso às vezes. Não sei se tu já tiveste assim também esse sentimento.
Ainda hoje de tarde os meus amigos estavam super entusiasmados para virmos ao concerto e jantarmos juntos, e eu estava a dizer que tinha saído do trabalho super cansado e que ainda tinha mil coisas para fazer e que o que me apetecia mesmo era não fazer nada, mas este projeto é daquele tipo de cenas que tu fazes porque te dá mesmo prazer. E apesar de estares muito cansado, isso acaba quase por te dar um “boost” de energia e de ânimo.
É, é precisamente isso que eu estava a dizer.
Às vezes o pessoal pergunta o porquê de ter escolhido o nome “Que Amor É Este”. É exatamente isso! É o amor pela música, pelas artes, que não se explica, só se sente.
Claro, exatamente.
Estavas a dizer há pouco que o último ano e meio foi super difícil. Sentes que este período de tempo te influenciou a ti e à tua perceção sobre a música e à forma como a fazes?
Este ano e meio influenciou a forma como eu vejo o mundo e a forma como eu me vejo a mim mesma. E, consequentemente, influencia a maneira como eu escrevo canções e como eu abordo o meu trabalho na música. Acho que nunca tive um salto tão grande de crescimento pessoal como tive no último ano e meio. Com isto não quero dizer-te que de repente tenha ficado muito melhor pessoa. Isso não sei, nem sequer sou eu que o posso julgar, só as pessoas à minha volta é que o podem dizer.
Mas sinto que aprendi muito, e tive muitos breakdowns emocionais, fui-me abaixo muitas vezes e aprendi muito com isso. E acho que essencialmente, isto fez-me ter ainda mais força para querer continuar a fazer música apesar de às vezes as condições não serem as ideais.
Tu enquanto artista, vives o momento em que estás, ou estás sempre com o olho no futuro, com o pensamento à frente?
É muito difícil não estares sempre com o olho no futuro, independentemente de seres artista ou não. A nossa sociedade está feita para te pôr pressão e para te fazer ter um sentido de urgência sobre tudo. Mas eu tento estar o mais presente possível. Eu consigo estar entusiasmada com a ideia de gravar um disco novo, por exemplo, que ainda não sei exatamente quando acontecerá mas se tudo correr bem será ainda este ano. Mas tento não depositar todos os meus ovos nesse cesto. Isto para traduzir o dizer anglo saxónico. E apreciar também o presente e apreciar o facto de estar contigo neste momento e de daqui a umas horas dar um concerto aqui nesta capela, e neste sítio lindíssimo. Portanto, é uma gestão que se vai fazendo.
Sabes que uma das cenas mais difíceis para mim durante a quarentena, e ainda por cima estava lesionado, foi lidar com aquela aparente necessidade de ser super produtivo e de parecer que toda a gente estava a fazer mil coisas.
Sim, sim.
“Eu estou a aprender a tocar guitarra, e a ler dez livros, e a ouvir um disco e a ver 50 filmes…”
E como supostamente eu tinha mais tempo para dedicar às coisas que gosto, havia dias em que eu pensava: “Tenho que ser produtivo!”. Mas não conseguia ter vontade para fazer absolutamente nada. E as horas passavam e de repente percebia que tinha passado mais um dia sem eu ter dado por isso.
Sentia muita pressão e senti-me mal comigo mesmo, foi um processo difícil até conseguir lidar com isso.
E aceitar…
Sim, a perceber que eu não tenho que fazer muita coisa. Tenho é que estar bem comigo mesmo. As coisas não estão normais, ninguém está “muito bem” e eu não tenho que ter essa pressão. Para mim, foi essa a batalha.
Ainda bem! Parabéns por teres conseguido chegar a esse sítio de aceitação. Fogo, é bué fixe. Eu também senti isso no primeiro confinamento. A malta estava a ler bué e a dizer “estou a fazer um ep, e não sei o quê”. E eu a pensar: “Ei, fogo, não tenho vontade nenhuma”. Eu até conseguir ler um livro, demorou, sei lá, 6 meses, 7 meses, não conseguia, era impossível. A tua cabeça está em modo sobrevivência, tu não sabes o que é que vai acontecer. Ainda por cima, no início da pandemia isto era tudo muito novidade, era impossível. Tu estás em modo alerta, o teu corpo não te permite, portanto, olha, fixe para ti.
Estavas a falar de um disco num futuro próximo. Quais são as perspetivas de futuro e que novidades podemos esperar para “Marinho”. Passa por aí? Por um próximo disco ou ep?
Eu, a bem dizer, quando gravar, vai ser mesmo à partida um álbum. E eu ando neste momento focada em rodar as canções novas, em tocá-las ao vivo. Hoje vou tocar 2 canções novas aqui no concerto. Testá-las, que foi uma coisa que eu não tive oportunidade de fazer no primeiro disco. Como o projeto não existia ainda, eu não tocava ao vivo. E houve algumas coisas que eu aprendi ao dar concertos. As canções, se calhar, mereciam ter uma direção diferente daquelas que tomaram em estúdio. E isso acontece porque amadurecem melhor quando tu vais com elas para a estrada.
Ou seja, aprendes aquilo que resulta melhor ao vivo?
Sim, e mesmo a tua própria prestação, a maneira como tu interpretas as palavras e isso tudo, vão mudar à medida que tu amadureces mais dentro dessa canção, as coisas mudam. E portanto, eu estou a dar-me esse tempo, a aproveitar o facto de estar a tocar agora e a dar concertos em que estou a promover o primeiro disco, para testar as canções novas. E estou cheia de pica para as gravar mas não tenho muita pressa. Vamos ver o que vai acontecer.
Tens algum músico com quem sempre sonhaste partilhar o palco? Ou com quem gostasses de fazer uma colaboração?
Grande pergunta! Sim. Eu acho que de bandas de músicos que estão vivos, provavelmente seriam os Wilco ou mais especificamente o Jeff Tweedy. Já desde há muito tempo que gosto muito da música dele, e ultimamente tenho ouvido ainda cada vez mais. Estou a ler dois livros dele, e gosto muito.
Neste disco, só tens uma colaboração (com a Monday), tens a ideia de fazer mais colaborações num futuro próximo ou gostas do processo de criar sozinha, e fazer as coisas da tua própria forma?
Eu gosto de colaborar com outras pessoas e há sempre maneiras de o fazer, mesmo que tu não faças oficialmente um featuring com outro artista. De cada vez que me junto a outros músicos para trabalhar nos arranjos, e decidir qual é a linha de baixo que vai acompanhar isto ou aquilo, isso é colaborar. E eu adoro essa parte. Agora, oficialmente, ter mesmo colaborações, sim, eu vejo isso a acontecer. Ainda recentemente, estive numa residência artística em França, durante a qual trabalhei em duas canções novas. Também estive a compor os arranjos com uma banda local de lá, que são os Jimmy Connors Experience, e eu via-me perfeitamente a fazer uma colaboração oficial com eles. Mas isso é uma coisa que depois tem que requer muita sintonia e não fazer só por fazer. Há muitos artistas hoje em dia que colaboram com outros para chegarem ao público deles ou porque querem fazer um crossover no Spotify, esse tipo de coisas. A mim só me interessa colaborar com artistas com os quais eu me identifico genuinamente. Portanto, sim, gosto da ideia mas não me vou forçar a fazê-lo.
Durante o último concerto do Tiago (Saga dos Time For T) em Lisboa, tu tocaste numa das músicas e dei por mim a pensar que seria muito fixe uma colaboração vossa.
Sim, sem dúvida!
Então e um disco e um livro que mudaram ou foram importantes na tua vida?
Olha, disco… Só porque ainda recentemente fez 50 anos e eu sou uma fã gritante: o “Blue” da Joni Mitchell. Já há muita gente que conhece provavelmente, mas pronto, para quem não conhece é mesmo um disco completo, tem de tudo e é maravilhoso.
E um livro que tem mudado a minha vida… Eu comecei a ler um livro no início deste ano, fevereiro/março, que se chama “The Dance of Anger” e é da Harriet Lerner, que é uma psicoterapeuta americana já assim para o velhota, já muito conceituada. É um livro que explica basicamente certos padrões comportamentais nas relações humanas, especialmente nas relações mais íntimas, no casamento ou na família nuclear. E para além de estar a aprender muito com aquilo, tem tido um impacto muito grande na maneira como me dou com as pessoas e como eu me sinto em relação a mim mesma. Gosto muito disso. De resto, estou a ler precisamente o livro do Jeff Tweedy, a autobiografia dele “Let’s go (so we can get back)” que está a ser maravilhoso.
Eu adoro biografias, acho que tenho quase sempre uma nos livros que vou lendo.
Gosto muito também. Tenho assim montes de livros também a meio.
Estou a ler, o “Joni Mitchell : In Her Own Words, Conversations with Malka Maron”. É uma coletânea das conversas que a Joni Mitchell teve com essa jornalista americana ao longo de vários anos. Sei lá, montes de coisas. Mas assim o livro mais impactante dos últimos tempos não foi de ficção, curiosamente, nem biografias de pessoas que eu admiro. Foi assim uma coisa quase clínica, mas está escrita duma forma muito acessível. Epá e tem tido um impacto fixe.
E a pergunta que não pode faltar para acabar: “Que Amor é Este?”
Ah, “Que Amor é Este”? Este é o amor da alegria e da verdade. Penso logo automaticamente na música quando me fazes essa pergunta. Eu acho que enquanto seres humanos, o amor que sentimos pela música é mesmo o amor à verdade. E acredito que ela, é o veículo para a alegria e conexão com nós mesmos e com as outras pessoas.
Conversa com a Filipa Marinho antes do concerto na Capela da Nª Senhora do Viso em Celorico de Basto para o ciclo “Concertos ao Luar” do Festival Inventa.
Texto de Mikael Gonçalves.
Foto de Maria João Bilro.