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À conversa com OQ?

Citando o PR que me chegou às mãos, OQ? define-se como “um projeto em construção, instável na linha contínua do processo e estacionável em cada momento em que é apresentado, voltando ao caminho assim que se inicia a performance.

É partindo da música eletrónica disruptiva, crua e bruta, da tela, do desenho e da improvisação que OQ? vai desenvolvendo o seu universo ímpar. É obscuro e assim pretende ficar para que tudo o que surgir no mundo externo à sua performance não lhe pertença e seja da responsabilidade dos recetores.

É espiritual na pretensão de que essa espiritualidade seja o caminho para um bem estar através da absorção de frequências graves e sons profundos que são consumidos e refletidos pelo corpo.”

Com todo um misticismo tão cru, fico sem tempo para dialogar.

Olá! Sê bem-vindo(a) ao Que Amor É Este. Onde, como e porque é que nasce o projeto OQ?
O projecto OQ? Surgiu naturalmente de uma vontade de quebrar com a minha normalidade no meu percurso musical. É uma forma de poder explorar outras facetas da música e não só e também uma vontade de criar uma personagem que possa ser uma barreira entre a música e o público. Neste projeto a ligação entre OQ? E público será somente pelos elementos artísticos que presenciam. Os elementos foram surgindo muito naturalmente, como a viseira para o sol que veio de um país asiático onde é usada para andar de bicicleta em dias de sol ( simples não é ?…), os elementos musicais surgiram da experiências ao telemóvel em momentos de inatividade ou de espera de qualquer coisa, a possibilidade de ter um pequeno estúdio sempre à mão é incrível e permite-me aproveitar ao máximo o tempo para a produção musical. Talvez o som cru também se deva às limitações do tlm e seja isso que me aproximou desse som.

Apresentas-te ao público com uma forte componente visual; o que ressalvas desta viagem?
As apresentações ao vivo são uma experiência sensorial para o público, se ver um concerto já é incrível principalmente nos dias pós confinamento, poder espicaçar outras imagens e sentimentos é um do objetivos do projeto. O vídeo, o dança e a pintura abstrata podem fazer parte do concerto e estar interligados durante a performance e se conseguir que as pessoas se levantem no seu lugar (sim…porque agora os concertos são sentados…..) e extravasem mais e mais até se esquecerem do chão que pisam…isso era bonito…

Quais são os sentimentos que procuras provocar nas pessoas que recebem este projeto? Que perceções estás à espera de evocar?
A principal componente de OQ? é o som, os graves, o ritmo por vezes desconexo e a distorção, juntando estes elementos num sistema de som potente é minha intensão que alguma mudança possa acontecer no corpo e mente do público de modo a que no final se sintam mais leves/pesados, mais livres/presos, excitados ou que seja somente um bom momento passado a ouvir, ver e a analisar algo em tempo real….

Fala-nos um pouco do impacto que a pandemia teve no lançamento deste projeto, em específico.
A pandemia atrasou vários meses o lançamento de este disco, porque era necessário que ele pudesse sair numa altura em que fosse possível realizar pelo menos um concerto de apresentação.

Achas que fazer digressões e encontrar o teu espaço vai ser algo difícil? Devido ao facto de não te expores?
Penso que não, o nome OQ? É bastante cru, a imagem do projeto é distante e essa é a característica de OQ?, vai-se impor naturalmente.

OQ? Terá que ter resultados e um caminho natural e não poderá acontecer das influências dos amigos, dos amigos dos amigos, etc e isso deixa-me bastante leve e sem necessidade de impor OQ?.

Quais são os planos para o futuro deste projeto?
Ainda este mês sairá o segundo vídeo de mais um tema, estou a preparar um novo disco muito particular para ser ouvido em situações e locais específicos, talvez para o fina do ano. Continuo a fazer música para este projeto com o telemóvel e sairá um disco novo para o ano 2022.

Vou esperar que os convites surjam de iniciativas externas para que OQ? siga uma linha que naturalmente fará mais sentido para o projeto.

E, já agora, que amor é este?
Não é uma paixão, é aquela vontade de ir, arriscar, perder-me, ir para o desconhecido, extravasar e não pensar nas consequências….

Podes seguir todo o projeto OQ? no Website, Instagram e Facebook.

Entrevista por Teresa Montez
Fotografia: Adriana Oliveira

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