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À conversa com Chinaskee

É sexta-feira à tarde, estamos no 45 689º confinamento, e parece-me um momento tão bom como qualquer outro para estar à conversa com o Chinaskee, enquanto abro uma cerveja e tenho “Bochechas” a rodar em plano de fundo.

Logo à primeira nota de “Popular”, a primeira faixa do álbum, consigo sentir o rock português a rasgar-me a alma e…f***-**! Que bom que é! Estou a ressacar por concertos ao vivo e este álbum tem tudo para me levar até lá por um bocadinho…

Olá! Primeiro: obrigada pela conversa. Segundo: porquê “Bochechas”?
Obrigado eu pelo convite! Bochechas já era o nome do disco ainda antes do disco ter qualquer canção. Também tinha uma capa provisória. Super apaixonadamente decidi dedicar o futuro disco à minha namorada na altura. Foi ela que me deu coragem para escrever grande parte das canções. À medida que o disco foi avançando também gostámos bastante do contraste entre o rock sónico que queríamos fazer com o nome fofinho que tínhamos decidido.

Este último álbum está recheado de convidados do bem (como costumo chamar às pessoas que me transportam a bons lugares)! Construíste as faixas já a pensar nestas colaborações ou surgiram por acaso?
Pode-se dizer que foi 50/50. Eu já tinha pensado que queria esses convidados nessas músicas, mas foi só quando estávamos na fase final de gravações, as vozes e coros, que percebemos que os convidados iam dar um gosto especial às canções. E dá também o toque moderno que eu e o Filipe queríamos que o álbum tivesse.

Existe, claramente, uma nova aposta num rock “musculado”…qual é que foi a tua principal inspiração? Já tinhas este objetivo quando começaste a sonhar com ele?
A minha principal inspiração, e não é surpresa para ninguém, foram as bandas de rock dos 90’s, Nirvana, My Bloody Valentine, Pixies, etc… Mas o objetivo inicial do álbum era eu poder escrevê-lo sozinho e dizer o que queria, sem merdas. Fazer um disco à guitarra e voz. A banda entrou depois.

A tua banda tem sofrido algumas alterações ao longo do tempo. Como é que chegaste até a este último quarteto?
O facto de já não me identificar tanto com os arranjos das canções antigas foi um grande indicador que algo tinha de mudar. E nos últimos concertos de Camponeses já me estava a divertir mais a fazer mais barulho em vez das jams psicadélicas e tudo mais. Ter a banda mais pequena ajuda-nos a chegar a um som mais agressivo e dá mais espaço para experiências.

A pergunta que eu não queria fazer, mas tem de ser: Pandemia. Confinamento. O teu processo criativo foi afetado ou está tudo tranquilo?
Digamos que o primeiro confinamento ajudou-me imenso a chegar ao disco que queria chegar. A tocar guitarra diariamente, rever letras e canções que já tinha dado como fechadas. Este segundo, especialmente por ter já lançado o disco, está a ser mais calminho. Estou tranquilo no facto de não estar a pensar neste disco que me ocupou muito tempo nos últimos anos mas stressado por não ter nada em que pensar.

Tens tido tempo ou, melhor, vontade para ler alguma coisa? Se tivesses de recomendar um livro a alguém qual é que seria?
Tenho tempo mas não grande vontade. Estou um bocado desligado de tudo para além de ver anime e jogar computador ou Switch. Mas ando a ler o Código da Estrada, e recomendo a toda a gente que queira conduzir, que o leia também.

E um álbum? Qual é o álbum da tua vida? (Vá, deixo que escolhas dois ou três se não te conseguires decidir com apenas um)
Ai ai ai. Em vez de responder a isso vou dizer três dos CDs mais antigos que tenho que ainda revisito hoje. Talvez por me inspirarem ou por me trazerem nostalgia ou por eu adorar as canções que lá estão. Slipknot – Slipknot (1999), Da Weasel – Re-Definoções (2004) e X-Wife – Are You Ready For The Blackout? (2007).

E para finalizar…que amor é este?
Pelo rock, acho eu? Pela cultura? Pela vontade de fazer coisas.

Podes seguir todo o trabalho do Chinaskee no Bandcamp, Instagram e Facebook.

Entrevista por Teresa Montez
Fotografia: Diana Matias 

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